segunda-feira, 21 de abril de 2014

Conceitos e autores utilizados
1-TEATRO NO CONTEXTO ESCOLAR

1.1-A IMPORTÂNCIA DO TEATRO NA APRENDIZAGEM
Para entendermos esse contexto propriamente dito inicialmente vamos ao seu significado, teatro no Mini Aurélio (minidicionário da língua portuguesa), no ponto 2.Arte de representar, mas sabemos que o vocábulo teatro tem sua raiz no grego théatron, palavra derivada do verbo “ver” (theomai). O prefixo théa designa a visão, no sentido de panorama, e o sufixo tron designa o instrumento. Essa origem confere ao vocábulo o sentido de “lugar de onde se vê”. Desse modo podemos observar que Augusto Boal bebe nesta fonte para designar a seu modo o vocábulo, afirmando então que:
O teatro é a primeira invenção humana e é aquela que
Possibilita e promove todas as outras invenções e todas
As outras descobertas. O teatro nasce quando o ser
Humano descobre que pode observar-se a si mesmo:
Ver-se em ação. Descobre que pode ver-se no ato de ver
Ver-se em situação. ( Boal,1996, p.27).
         O teatro na escola enfoca uma proposta de ensino diferenciada das formas tradicionais, pois estimula o aluno em diversos aspectos que o levam ao aprendizado, servindo como uma variação da forma de ensinar no contexto escolar, levando o educando a desenvolver a socialização, criatividade, coordenação, memorização, vocabulário e tantos outros, sendo importante ressaltar que através do teatro o professor pode perceber traços da personalidade do aluno, como seu comportamento individual e em grupo, fazendo com que o professor organize seu trabalho pedagógico diante certos comportamentos. A inclusão da atividade teatral no currículo escolar pressupõe uma concepção de teatro e uma perspectiva sobre as suas finalidades. Muitos estudiosos da área tanto da educação quanto do teatro em si, já fizeram seus estudos e indicam a arte como um instrumento que aguça a imaginação. Vygotsky enfatiza que as relações entre a ação e o brinquedo para o desenvolvimento de funções psicológicas superiores tal como do a imaginação; e define a imaginação como uma função psicológica nova que emerge na fase do brinquedo e que, como todas as funções da consciência”(...) surge originalmente da ação.” ( VYGOTSKY.1994,P.123).
Desta forma ele enfatiza que a criança em idade escolar deveria ter a oportunidade para o exercício da criação artística.
(...) as artes representam o centro de todos os pro-
Cessos biológicos e sociais do indivíduo na sociedade
E que se constituem no meio para se estabelecer o
Equilíbrio entre o ser humano e o mundo nos momentos
 mais críticos e importantes da vida. Isso supõe
Uma refutação radical do enfoque das artes como
Adorno. (VYGOTSKY,1982,P.32).
       Neste sentido, podemos entender que a atividade teatral na escola potencia as habilidades necessárias para o exercício da cidadania na sociedade do século XXl, que são o falar e ser escutado, ver e ser visto, condição imprescindível para o reconhecimento recíproco para que possamos participar das decisões que concernem á nossa coletividade. Auxilia também o educando a conhecer e dominar seus meios expressivos, desenvolver seu poder de compreensão e interferência nas questões culturais, políticas e sociais do mundo.
Todas essas habilidades aos quais foram mencionadas acima podem ser impulsionadas e descobertas através dos jogos teatrais e brincadeiras organizadas a partir das propostas sistematizadas de uma pesquisadora americana Viola Spolin, durante três décadas de sua vida fez estudos práticos com crianças, adolescentes, jovens, adultos, resultando em um detalhado programa de oficina com linguagem teatral destinado a escolas, centros comunitários, grupos amadores e companhias teatrais. Sua proposta se estrutura nos jogos com regras, cuja finalidade é o desenvolvimento cultural e o crescimento pessoal dos jogadores ao mesmo tempo em que se apropriam da linguagem teatral.
“A regra, no espaço lúdico, não é um princípio autoritário, já que regras de jogo podem ser modificadas a partir de acordo em grupo.” (Koudela, 1996, p.89)
Ingrid Koudela foi a professora da universidade de São Paulo, que por volta de 19 70 foi a responsável em traduzir a obra de Viola Spolin e divulgar seu trabalho.
ALGUNS ELEMENTOS DA LINGUAGEM TEATRAL
2- o corpo
2.1-Expressão corporal
       Expressão corporal é um termo que o próprio nome já diz, expressar através do corpo, ou seja, capacidade de transmitir certas emoções  através do corpo, com movimentos advindos do mesmo. No casso da escola os educandos devem ser preparados, pois quando em cena em um trabalho de teatro ele precisará dominar essas expressões para um bom entendimento do espectador, o corpo neste caso exerce uma importância muito grande assim como a voz e a expressão facial, sendo bem trabalhado, passará através de sua personagem a emoção que se pede em algum contexto cênico.
O corpo do ator não é um simples emissor de sinais; ele produz efeitos, também, sobre o corpo do espectador, sejam eles designados por energia, vetor do desejo, fluxo pulsional, intensidade ou ritmo.
“O teatro transforma os dramas do cotidiano em espetáculo de alto valor ético e estético. O ator vive para dar alma ao personagem” (STANISLAVSKI, 1990). Entendo que para dar vida á um personagem o ator precisa então preparar seu corpo e trabalhar nele para viver através do seu corpo.
2.2-A música
          Pela sua natureza, a música está diretamente à sonoplastia do espetáculo, pois se trata aqui de material produzido para a recepção auditiva do espectador. Ao se falar da música como elemento de construção da cena, não se trata de observar a música e sua  recepção em si, mas a maneira pela qual é utilizada pela encenação e disponibilizada para o evento teatral, interessando-nos neste caso, sua função dramatúrgica.
          A música utilizada na encenação contemporânea preenche várias funções, como a criação, ilustração e caracterização de uma atmosfera inserida por um tema musical, podendo se tornar um “leitmotiv”. Para Pavis, esta atmosfera transforma-se circunstancialmente em notas podem situar o lugar e até mesmo a época da ação. Por vezes, a música é apenas um efeito sonoro cujo objetivo é tornar uma situação reconhecível, podendo ser também uma pontuação da encenação, especialmente durante as pausas de atuação para trocas de figurino, reforço da maquiagem ou mudança de cenário. A música cria em determinados momentos um efeito de contraponto, como por exemplo, os songs brechtianos, que comentam ironicamente a ação.
A música dá uma atmosfera emocional que ilumina o gesto e o jogo do ator, inversamente, o gesto ou a dança podem abrir a música: a dança pode revelar tudo que a música tem de misterioso, e ela tem, além do mais, o mérito de ser humano e palpável (apud PAVIS, 1999, p.256).
         Conforme Reverbel (1997) o objetivo na  escola não  é  ter um  aluno-ator, um  pintor ou um  compositor, mas sim oferecer a esse aluno a oportunidades para  cada um descobrir  o  mundo,  a  si próprio e a importância da arte na vida humana.

Referência:

www.centurione.com.br/teatro/algunsconceitos.htm

Vygotsky, L.S. Psicologia da Arte. São Paulo: Martins Fontes. 1998.

ZOGONEL, Bernardete. Gesto Musical. São Paulo: Brasiliense, 1992



Atividades de Jogos desenvolvidas por mim na escola Leonardo da Vinci:


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