domingo, 27 de abril de 2014

O VALOR DO JOGO NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR
     O jogo teatral ajuda o indivíduo na sua formação como pessoa crítica e colabora para que esse indivíduo seja aberto ao diálogo com os demais, isso porque no jogo vários problemas são propostos para serem resolvidos e para solucioná-los é necessário que o faça em grupo.
Os jogos de teatro são chamados de jogos Dramáticos e são uma  prática coletiva que reúne um grupo de “jogadores” e não necessariamente de atores, que improvisam, coletivamente mas de acordo com um tema a que for estabelecido. Aqui não existe a separação de ator e espectador, mas uma procura-se tentativas de todos possam fazer parte de uma atividade cênica.
O jogo dramático é um excelente meio para estimular a criança a se expressar, onde  ensaia  comportamentos e papéis, projeta-se em atividades dos adultos na observação do dia a dia através dos atos, hábitos e situações. São atitudes que ela ainda não está em condições de exercer na vida real, então imita a vida adulta da sua maneira, do seu jeito, porem com intensões vistas nos maiores. No jogo a criança se deixa levar pelo momento, se entrega com inocência, “fazendo de conta”, agindo como se fosse, segundo Vygotsky:

“Todos conhecemos o grande papel que nos jogos da criança desempenha a imitação, com muita frequência estes jogos são apenas um eco do que as crianças viram e escutaram aos adultos, não obstante estes elementos da sua experiência anterior nunca se reproduzem no jogo de forma absolutamente igual e como acontecem na realidade. O jogo da criança não é uma recordação simples do vivido, mas sim a transformação criadora das impressões para a formação de uma nova realidade que responda às exigências e inclinações da própria criança” (Vygotsky , 1982,p.12).


O autor dessa afirmativa reforça o valor do jogo, nas modalidades vividas através do brinquedo infantil ou faz de conta, reafirmando que é também oportunidades de se recuperar experiências vividas ou imaginada, reintegrar o conhecimento e ampliar as referências. 

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Conceitos e autores utilizados
1-TEATRO NO CONTEXTO ESCOLAR

1.1-A IMPORTÂNCIA DO TEATRO NA APRENDIZAGEM
Para entendermos esse contexto propriamente dito inicialmente vamos ao seu significado, teatro no Mini Aurélio (minidicionário da língua portuguesa), no ponto 2.Arte de representar, mas sabemos que o vocábulo teatro tem sua raiz no grego théatron, palavra derivada do verbo “ver” (theomai). O prefixo théa designa a visão, no sentido de panorama, e o sufixo tron designa o instrumento. Essa origem confere ao vocábulo o sentido de “lugar de onde se vê”. Desse modo podemos observar que Augusto Boal bebe nesta fonte para designar a seu modo o vocábulo, afirmando então que:
O teatro é a primeira invenção humana e é aquela que
Possibilita e promove todas as outras invenções e todas
As outras descobertas. O teatro nasce quando o ser
Humano descobre que pode observar-se a si mesmo:
Ver-se em ação. Descobre que pode ver-se no ato de ver
Ver-se em situação. ( Boal,1996, p.27).
         O teatro na escola enfoca uma proposta de ensino diferenciada das formas tradicionais, pois estimula o aluno em diversos aspectos que o levam ao aprendizado, servindo como uma variação da forma de ensinar no contexto escolar, levando o educando a desenvolver a socialização, criatividade, coordenação, memorização, vocabulário e tantos outros, sendo importante ressaltar que através do teatro o professor pode perceber traços da personalidade do aluno, como seu comportamento individual e em grupo, fazendo com que o professor organize seu trabalho pedagógico diante certos comportamentos. A inclusão da atividade teatral no currículo escolar pressupõe uma concepção de teatro e uma perspectiva sobre as suas finalidades. Muitos estudiosos da área tanto da educação quanto do teatro em si, já fizeram seus estudos e indicam a arte como um instrumento que aguça a imaginação. Vygotsky enfatiza que as relações entre a ação e o brinquedo para o desenvolvimento de funções psicológicas superiores tal como do a imaginação; e define a imaginação como uma função psicológica nova que emerge na fase do brinquedo e que, como todas as funções da consciência”(...) surge originalmente da ação.” ( VYGOTSKY.1994,P.123).
Desta forma ele enfatiza que a criança em idade escolar deveria ter a oportunidade para o exercício da criação artística.
(...) as artes representam o centro de todos os pro-
Cessos biológicos e sociais do indivíduo na sociedade
E que se constituem no meio para se estabelecer o
Equilíbrio entre o ser humano e o mundo nos momentos
 mais críticos e importantes da vida. Isso supõe
Uma refutação radical do enfoque das artes como
Adorno. (VYGOTSKY,1982,P.32).
       Neste sentido, podemos entender que a atividade teatral na escola potencia as habilidades necessárias para o exercício da cidadania na sociedade do século XXl, que são o falar e ser escutado, ver e ser visto, condição imprescindível para o reconhecimento recíproco para que possamos participar das decisões que concernem á nossa coletividade. Auxilia também o educando a conhecer e dominar seus meios expressivos, desenvolver seu poder de compreensão e interferência nas questões culturais, políticas e sociais do mundo.
Todas essas habilidades aos quais foram mencionadas acima podem ser impulsionadas e descobertas através dos jogos teatrais e brincadeiras organizadas a partir das propostas sistematizadas de uma pesquisadora americana Viola Spolin, durante três décadas de sua vida fez estudos práticos com crianças, adolescentes, jovens, adultos, resultando em um detalhado programa de oficina com linguagem teatral destinado a escolas, centros comunitários, grupos amadores e companhias teatrais. Sua proposta se estrutura nos jogos com regras, cuja finalidade é o desenvolvimento cultural e o crescimento pessoal dos jogadores ao mesmo tempo em que se apropriam da linguagem teatral.
“A regra, no espaço lúdico, não é um princípio autoritário, já que regras de jogo podem ser modificadas a partir de acordo em grupo.” (Koudela, 1996, p.89)
Ingrid Koudela foi a professora da universidade de São Paulo, que por volta de 19 70 foi a responsável em traduzir a obra de Viola Spolin e divulgar seu trabalho.
ALGUNS ELEMENTOS DA LINGUAGEM TEATRAL
2- o corpo
2.1-Expressão corporal
       Expressão corporal é um termo que o próprio nome já diz, expressar através do corpo, ou seja, capacidade de transmitir certas emoções  através do corpo, com movimentos advindos do mesmo. No casso da escola os educandos devem ser preparados, pois quando em cena em um trabalho de teatro ele precisará dominar essas expressões para um bom entendimento do espectador, o corpo neste caso exerce uma importância muito grande assim como a voz e a expressão facial, sendo bem trabalhado, passará através de sua personagem a emoção que se pede em algum contexto cênico.
O corpo do ator não é um simples emissor de sinais; ele produz efeitos, também, sobre o corpo do espectador, sejam eles designados por energia, vetor do desejo, fluxo pulsional, intensidade ou ritmo.
“O teatro transforma os dramas do cotidiano em espetáculo de alto valor ético e estético. O ator vive para dar alma ao personagem” (STANISLAVSKI, 1990). Entendo que para dar vida á um personagem o ator precisa então preparar seu corpo e trabalhar nele para viver através do seu corpo.
2.2-A música
          Pela sua natureza, a música está diretamente à sonoplastia do espetáculo, pois se trata aqui de material produzido para a recepção auditiva do espectador. Ao se falar da música como elemento de construção da cena, não se trata de observar a música e sua  recepção em si, mas a maneira pela qual é utilizada pela encenação e disponibilizada para o evento teatral, interessando-nos neste caso, sua função dramatúrgica.
          A música utilizada na encenação contemporânea preenche várias funções, como a criação, ilustração e caracterização de uma atmosfera inserida por um tema musical, podendo se tornar um “leitmotiv”. Para Pavis, esta atmosfera transforma-se circunstancialmente em notas podem situar o lugar e até mesmo a época da ação. Por vezes, a música é apenas um efeito sonoro cujo objetivo é tornar uma situação reconhecível, podendo ser também uma pontuação da encenação, especialmente durante as pausas de atuação para trocas de figurino, reforço da maquiagem ou mudança de cenário. A música cria em determinados momentos um efeito de contraponto, como por exemplo, os songs brechtianos, que comentam ironicamente a ação.
A música dá uma atmosfera emocional que ilumina o gesto e o jogo do ator, inversamente, o gesto ou a dança podem abrir a música: a dança pode revelar tudo que a música tem de misterioso, e ela tem, além do mais, o mérito de ser humano e palpável (apud PAVIS, 1999, p.256).
         Conforme Reverbel (1997) o objetivo na  escola não  é  ter um  aluno-ator, um  pintor ou um  compositor, mas sim oferecer a esse aluno a oportunidades para  cada um descobrir  o  mundo,  a  si próprio e a importância da arte na vida humana.

Referência:

www.centurione.com.br/teatro/algunsconceitos.htm

Vygotsky, L.S. Psicologia da Arte. São Paulo: Martins Fontes. 1998.

ZOGONEL, Bernardete. Gesto Musical. São Paulo: Brasiliense, 1992



Atividades de Jogos desenvolvidas por mim na escola Leonardo da Vinci:


EXPRESSÃO CORPORAL
Ministrantes: Eunice Profeta & Wanderley Barros
Curso para alunos da UNIPAC de Ipatinga 2013

HABILIDADES E EXPRESSÃO
Algumas técnicas e vivências da Arte Cênica objetivam a educação em um sentido mais amplo, de estruturação do indivíduo a partir da criação de situações que permitem ampliar e orientar as capacidades de expressão de cada um. Nessa perspectiva, a noção de talento é questionada, deduzindo que todos são capazes de atuar desde que estejam dispostos ao trabalho prático de desdobramento de suas potencialidades. Assim, esta capacidade de atuação desenvolve-se tanto para o palco como para a vida.

HABILIDADES E EXPRESSÃO
O jogo dramático realizado com crianças e adolescentes torna-se um meio de liberação, descoberta e aceitação de si próprio. No decorrer desta oficina, são trabalhadas as capacidades de relacionamento, imaginação, observação e percepção para, enfim, poder-se expressar individualmente e em grupo, de uma forma mais espontânea e consciente.



BIBLIOGRAFIA
http://www.google.com.br/search?q=express%C3%A3o+corporal+no+teatro&hl=pt-BR&qscrl=1&rlz=1T4ADFA_pt-BRBR447BR447&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=8PvJUdqSOsHk4APQv4GQCA&sqi=2&ved=0CDQQsAQ&biw=1366&bih=584#facrc=_&imgdii=_&imgrc=avas0L4wGmBjdM%3A%3BSW2GE5N_pe_47M%3Bhttp%253A%252F%252Fwww.cnews.com.br%252Fcontent%252Fimages%252Fsites%252Ffrisson%252FPai%252520e%252520filho.jpg%3Bhttp%253A%252F%252Fwww.cnews.com.br%252Ffrisson%252Fentretenimento%252F29697%252Fartes_cenicas_em_evidencia%3B600%3B842

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

 
UNB – Universidade de Brasília
Disciplina – Suporte Cênico
Aluna - Eunice Alexandre Profeta
Polo - Ipatinga M.G
Tutora: Luana Fonteles Ribeiro

                                                    Commédia dell’arte e Máscaras

     Entre as técnicas dramáticas criadas ao longo da trajetória do teatro, visando a formação do ator, encontramos a improvisação como forma de expressão praticada pelos atores da Commédia Dell’arte, na Itália na segunda metade do século XVI.
Os atores da commédia Dell’Arte, chamados por alguns autores de improvisadores, representavam suas peças em lugares públicos (praça, ruas). Não havia texto dramático, somente um tema a partir do qual os atores improvisavam, orientando-se apenas por uma espécie de roteiro onde se anotava a sequência das cenas e se indicavam as entradas e saídas da situação a interpretar.
Eram profissionais admiráveis: dançavam, cantavam, faziam acrobacias e criavam as falas espontaneamente. Havia diversos grupos que viajavam por toda a Europa e sua arte de interpretar teve grande influencia na formação de atores e autores de todos os países desde  o século XVII.
Esses atores faziam sempre os mesmos papeis tão famosos que alguns já havíamos ouvido falar neles: Arlequino, Puncinela, Doutore, Pantalone, Enamorados e outros, cada papel tinha uma máscara, que cobria só a parte de cima do rosto.
Podemos notar algumas características dessas personagens da Comédia Dell’arte. Arlequino ou Arlequim, usa uma máscara que mistura o gato e o macaco é um palhaço que tem habilidades acrobáticas, criado, esperto, fofoqueiro e malandro. Puncinela,dono de uma corcunda bem estranha e desfigurado, um criado simples e gracioso sua máscara tem aparência de um papagaio, nariz grande e curvado.
Doutore, era tido como rico intelectual, uma vez amigo ou rival de Pantalone, usa uma toga preta com gola branca, capuz e chapéu preto de abas largas.
Ingênuo, e não tem muito sucesso com as mulheres. Máscara simples e recobre somente o nariz e testa.
Pantalone, velho, mesquinho, avarento e conservador, suas interpretações era de um rico comerciante de Veneza. Mesmo sendo um velho admirava as mulheres. Usava capa preta e máscara com um nariz recurvado para baixo e barba bem esticada num formato de galo ou peru.
Os enamorados, eram personagens representados por homens e mulheres cultos e bonitos, não usavam máscaras e o figurino roupas da moda atual da época. Normalmente a enamorada era deslumbrada por dois pretendentes um velho e um jovem. Para ganhar o coração recitavam poemas cantavam e dançavam.
       No Brasil podemos encontrar o Grupo Teatral Moitará, que realiza pesquisas sobre a dramaturgia do ator com a linguagem da máscara teatral, este grupo foi fundado por Venicio Fonseca e Erika Rettl, atuante em oficinas, exposições, palestras e espetáculos que se realizam em todo Brasil.
O grupo vem desenvolvendo trabalhos aprofundando pesquisas contemporâneas no que diz respeito a linguagem expressiva com o uso da máscara.
      Na Itália encontramos um grande escritor e um dos mais importantes autores de peça teatrais, que atua como diretor, mimico e outros, Dario Fo  um grande estudioso do uso da máscara como recurso dramatúrgico para o ator. Lembramos agora de uma de suas falas sobre máscara em seu livro Manual Mínimo do Ator. “Em um primeiro momento o uso da máscara provoca certo incomodo, mas depois é incrível, para mim há algo de milagroso no fato-consegue-se ver e agir com mais desenvoltura do que estando com o rosto completamente livre”. (Dário Fó, Manual Mínimo do Ator).
Isso nos dá a impressão que ao colocarmos a máscara ficamos livres para nossas criações nos permitindo sair do cotidiano é como se a máscara fosse o nosso rosto e quando a retiramos não reconhecemos o nosso rosto original. É como um vício, a personagem criada fica moldada com o uso da máscara.
      Portanto a máscara pode ser no cenário cultural um recurso de comunicação que pode representar figuras de uma sociedade e a sua essência. A cada tempo uma inovação que se renova, é um recriar no universo artístico que não para está vivo no ator.



                                                            Commedia Dell’Arte

ARLECCHINO (ARLEQUIM)    PANTALEÃO OU PANTALEONE                Polichinelo
                               


Dottore                                                            Belos Enamorados: Masculino e Feminino
     
      



Referência:
http://www.dariofo.it/
http://grupo.moitara.sites.uol.com.br/commedia.htm
http://programamascaras.wordpress.com/2010/05/11/commedia-dellarte/
http://lazer.hsw.uol.com.br/commedia-dellarte.htm
http://www.grupomoitara.com.br/d401_por.php
http://feiticeirosdaarte.blogspot.com.br/2009/09/commedia-dell-mascaras-e-personagens.html