Conceitos
e autores utilizados
1-TEATRO NO CONTEXTO ESCOLAR
1.1-A IMPORTÂNCIA DO TEATRO
NA APRENDIZAGEM
Para entendermos esse
contexto propriamente dito inicialmente vamos ao seu significado, teatro no
Mini Aurélio (minidicionário da língua portuguesa), no ponto 2.Arte de
representar, mas sabemos que o vocábulo teatro tem sua raiz no grego théatron,
palavra derivada do verbo “ver” (theomai). O prefixo théa designa a visão, no
sentido de panorama, e o sufixo tron designa o instrumento. Essa origem confere
ao vocábulo o sentido de “lugar de onde se vê”. Desse modo podemos observar que
Augusto Boal bebe nesta fonte para designar a seu modo o vocábulo, afirmando
então que:
O teatro é a primeira
invenção humana e é aquela que
Possibilita e promove todas
as outras invenções e todas
As outras descobertas. O
teatro nasce quando o ser
Humano descobre que pode
observar-se a si mesmo:
Ver-se em ação. Descobre que
pode ver-se no ato de ver
Ver-se em situação. (
Boal,1996, p.27).
O teatro na escola enfoca uma proposta
de ensino diferenciada das formas tradicionais, pois estimula o aluno em diversos aspectos que o levam ao aprendizado,
servindo como uma variação da forma de ensinar no contexto escolar, levando o
educando a desenvolver a socialização, criatividade, coordenação, memorização,
vocabulário e tantos outros, sendo importante ressaltar que através do teatro o
professor pode perceber traços da personalidade do aluno, como seu
comportamento individual e em grupo, fazendo com que o professor organize seu
trabalho pedagógico diante certos comportamentos. A inclusão da atividade teatral
no currículo escolar pressupõe uma concepção de teatro e uma perspectiva sobre
as suas finalidades. Muitos estudiosos da área tanto da educação quanto do
teatro em si, já fizeram seus estudos e indicam a arte como um instrumento que
aguça a imaginação. Vygotsky enfatiza que as relações entre a ação e o
brinquedo para o desenvolvimento de funções psicológicas superiores tal como do
a imaginação; e define a imaginação como uma função psicológica nova que emerge
na fase do brinquedo e que, como todas as funções da consciência”(...) surge
originalmente da ação.” ( VYGOTSKY.1994,P.123).
Desta forma ele enfatiza que
a criança em idade escolar deveria ter a oportunidade para o exercício da
criação artística.
(...) as artes representam o
centro de todos os pro-
Cessos biológicos e sociais
do indivíduo na sociedade
E que se constituem no meio
para se estabelecer o
Equilíbrio entre o ser
humano e o mundo nos momentos
mais críticos e importantes da vida. Isso
supõe
Uma refutação radical do
enfoque das artes como
Adorno. (VYGOTSKY,1982,P.32).
Neste sentido, podemos entender que a
atividade teatral na escola potencia as habilidades necessárias para o
exercício da cidadania na sociedade do século XXl, que são o falar e ser
escutado, ver e ser visto, condição imprescindível para o reconhecimento
recíproco para que possamos participar das decisões que concernem á nossa
coletividade. Auxilia também o educando a conhecer e dominar seus meios
expressivos, desenvolver seu poder de compreensão e interferência nas questões
culturais, políticas e sociais do mundo.
Todas essas habilidades aos
quais foram mencionadas acima podem ser impulsionadas e descobertas através dos
jogos teatrais e brincadeiras organizadas a partir das propostas sistematizadas
de uma pesquisadora americana Viola Spolin, durante três décadas de sua vida
fez estudos práticos com crianças, adolescentes, jovens, adultos, resultando em
um detalhado programa de oficina com linguagem teatral destinado a escolas,
centros comunitários, grupos amadores e companhias teatrais. Sua proposta se
estrutura nos jogos com regras, cuja finalidade é o desenvolvimento cultural e
o crescimento pessoal dos jogadores ao mesmo tempo em que se apropriam da
linguagem teatral.
“A regra, no espaço lúdico,
não é um princípio autoritário, já que regras de jogo podem ser modificadas a
partir de acordo em grupo.” (Koudela, 1996, p.89)
Ingrid Koudela foi a
professora da universidade de São Paulo, que por volta de 19 70 foi a
responsável em traduzir a obra de Viola Spolin e divulgar seu trabalho.
ALGUNS ELEMENTOS DA
LINGUAGEM TEATRAL
2- o corpo
2.1-Expressão corporal
Expressão corporal é um termo que o
próprio nome já diz, expressar através do corpo, ou seja, capacidade de
transmitir certas emoções através do
corpo, com movimentos advindos do mesmo. No casso da escola os educandos devem
ser preparados, pois quando em cena em um trabalho de teatro ele precisará
dominar essas expressões para um bom entendimento do espectador, o corpo neste
caso exerce uma importância muito grande assim como a voz e a expressão facial,
sendo bem trabalhado, passará através de sua personagem a emoção que se pede em
algum contexto cênico.
O corpo do ator não é um
simples emissor de sinais; ele produz efeitos, também, sobre o corpo do
espectador, sejam eles designados por energia, vetor do desejo, fluxo
pulsional, intensidade ou ritmo.
“O teatro transforma os
dramas do cotidiano em espetáculo de alto valor ético e estético. O ator vive
para dar alma ao personagem” (STANISLAVSKI, 1990). Entendo que para dar vida á
um personagem o ator precisa então preparar seu corpo e trabalhar nele para
viver através do seu corpo.
2.2-A música
Pela sua natureza, a música está
diretamente à sonoplastia do espetáculo, pois se trata aqui de material
produzido para a recepção auditiva do espectador. Ao se falar da música como
elemento de construção da cena, não se trata de observar a música e sua recepção em si, mas a maneira pela qual é
utilizada pela encenação e disponibilizada para o evento teatral,
interessando-nos neste caso, sua função dramatúrgica.
A música utilizada na encenação
contemporânea preenche várias funções, como a criação, ilustração e
caracterização de uma atmosfera inserida por um tema musical, podendo se tornar
um “leitmotiv”. Para Pavis, esta atmosfera transforma-se circunstancialmente em
notas podem situar o lugar e até mesmo a época da ação. Por vezes, a música é
apenas um efeito sonoro cujo objetivo é tornar uma situação reconhecível,
podendo ser também uma pontuação da encenação, especialmente durante as pausas
de atuação para trocas de figurino, reforço da maquiagem ou mudança de cenário.
A música cria em determinados momentos um efeito de contraponto, como por exemplo,
os songs brechtianos, que comentam ironicamente a ação.
A música dá uma atmosfera
emocional que ilumina o gesto e o jogo do ator, inversamente, o gesto ou a
dança podem abrir a música: a dança pode revelar tudo que a música tem de
misterioso, e ela tem, além do mais, o mérito de ser humano e palpável (apud
PAVIS, 1999, p.256).
Conforme Reverbel (1997) o objetivo na escola não é
ter um aluno-ator, um pintor ou um
compositor, mas sim oferecer a esse aluno a oportunidades para
cada um descobrir o mundo, a si próprio e a
importância da arte na vida humana.
Referência:
www.centurione.com.br/teatro/algunsconceitos.htm
Vygotsky, L.S.
Psicologia da Arte. São Paulo: Martins Fontes. 1998.
ZOGONEL,
Bernardete. Gesto Musical. São Paulo: Brasiliense, 1992
Atividades de Jogos desenvolvidas por mim na escola Leonardo da Vinci: